O Delírio da Nossa Importância
Neste texto, mergulhamos na ilusão sutil — e tão humana — de acharmos que somos mais importantes do que realmente somos. Desvelamos como criamos alegrias efêmeras e sofrimentos profundos a partir de um ego inflado, movido por carências não vistas. Amparados pela filosofia, psicanálise e neurociência, refletimos sobre a fome de validação, o medo do anonimato e o esquecimento da finitude. Uma carta à nossa humanidade esquecida, um convite para abandonar os palcos imaginários e voltar ao centro silencioso daquilo que somos — sem máscaras, sem aplausos, mas finalmente inteiros.
Simone Feuser
5/29/20251 min read
Nós não somos tão importantes quanto pensamos.
E tudo bem.
O palco que montamos, o aplauso que imaginamos, o espelho que tanto admiramos —
nada disso é real.
São sombras projetadas pela nossa fome de sermos vistos,
quando, no fundo, só queríamos ser amados.
Mas amados por quem, se nem nós habitamos nosso próprio corpo?
Criamos uma vida inteira com base na ilusão de que somos o centro.
Centro de quê?
De um mundo que gira sem saber nosso nome?
De pessoas que lembram mais do que fizemos por elas do que quem realmente fomos?
Nos alegramos com curtidas, com títulos, com elogios
como crianças que recebem confetes e pensam que é carnaval.
Nos entristecemos quando somos ignorados, contrariados, deixados de lado,
como se isso fosse uma ofensa à nossa realeza imaginária.
Nosso sofrimento nasce, quase sempre, do abismo entre o que achamos que somos
e o que realmente somos quando o palco esvazia,
quando ninguém nos aplaude,
quando o silêncio nos revela o que fingíamos não ver.
A verdade é que tudo isso — fama, poder, importância —
é miragem no deserto do ego.
E quem bebe dessa fonte se embriaga de vaidade
enquanto morre de sede por dentro.
A finitude é o lembrete mais honesto.
A vida escorre.
E o tempo não se curva diante dos que gritam "olhem pra nós".
A morte não se impressiona com nosso status,
nem com os feitos que tentamos eternizar.
Ela apenas sussurra: "Vocês viveram de verdade ou apenas encenaram?"
Enquanto fingimos ser importantes,
esquecemos de ser inteiros.
A verdadeira alegria não faz alarde.
Ela não precisa ser mostrada.
Ela nasce no silêncio de quem vive alinhado com o próprio centro.
De quem escolhe trocar a grandiosidade da aparência
pela inteireza de uma vida sincera.
Porque só quando paramos de nos importar com o que nunca foi nosso,
podemos, enfim, nos importar com o que verdadeiramente é.
Mente Desperta
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